segunda-feira, 5 de março de 2018

Como eu vi a destruição de uma vida inocente


Hoje andava eu pelas ruas da cidade em passo apressado, não fosse a ventania que se fazia sentir parar e dar oportunidade às nuvens carregadas de água a despejarem em cima de mim, quando vejo no passeio do outro lado da rua uma criança dos seus 8 anos de mão dada ao presumível avô. Na aproximação a um cruzamento, a miúda larga intempestivamente a mão do senhor de idade que não teve agilidade suficiente para agarrar a menina. Julgo que nenhum de nós, incluindo o condutor que se aproximava também ele do dito cruzamento, se apercebeu do sinal de stop na quina do passeio. A miúda tinha desatado a correr e perante a eminência do desastre já se ouviam gritos dos transeuntes enquanto o avô desconsolado levava as mãos à cabeça. Ouviu-se o relinchar dos pneus do automóvel ao deslizar no pavimento prevendo o embate quando a criança no seu balanço salta da calçada, agarra firmemente o varão que no topo segura o sinal de stop e dá-lhe duas voltas completas antes de voltar a tocar com os pés no chão. Foi muito triste: com certeza esta menina vai ser stripper.

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